Claro que quando em 30 de Novembro de 1807 o general francês Andoche Junot ocupou Lisboa, consumando a primeira invasão francesa e uma deputação de maçons lhe foi apresentar cumprimentos, e no ano seguinte uma delegação oficial do Grande Oriente o foi saudar, por ele ser «irmão» também e aventalado e com pretensões ao Grão-Mestrado da que passaria a ser, extinta a Casa de Bragança, o ex-reino de Portugal, a associação da pedreiragem passou por um dos seus piores momentos em termos de respeitabilidade e de integridade.
Não foi menor o aperto quando em 1935 o Presidente da Assembleia Nacional, o professor de Direito José Alberto dos Reis, ele também "filho da viúva" viu o hemiciclo aprovar a lei José Cabral dita contra as «associações secretas» mas que visava reduzir à inactividade os sob os auspícios do Grande Arquitecto do Universo se reuniam em loja. Lei que o ex-maçon Presidente da República Óscar Fragoso Carmona promulgou.
Foram estes entre outros momentos que se reviveram ontem acaloradamente em Faro até pelas uma e meia da manhã quando da apresentação do livro do Luís de Matos. Houve quem clamasse que já estava tudo nos Protocolos de Sião. A ideia do autor é a de uma Maçonaria Invisível que assegure o governo do Mundo. Chama-lhe Sinarquia. Não no sentido de uma cavalaria espiritual redentora. Espécie, sim, do Governo dos mais sábios. O problema é se dá em ser o governo dos mais espertos. Disso já temos. Obrigado.