5.10.10

Republicanos pela República

Assim como não tivemos uma só Monarquia não há uma só República. Temos sim um regime que atravessou a parte final da Monarquia e se consagrou republicanamente, o da partidocracia que, em rotativismo devorista, vai depredando os bens da Nação distribuindo o grosso pela cacicagem e as sobras pelas clientelas. O Salazarismo com a ideia da União Nacional que não era partido tentou a ficção de um Estado fora dos interesses, devotado abstractamente à Nação. Só que a União dos Interesses Económicos tem mais força e mais tentáculos. A liberdade cedeu ante os monopólios, a democracia ante as cliques partidárias, a fraternidade ante o egoísmo consumista.
Resta, hoje, dia 5 de Outubro, ao entardecer, a ideia de revolução, que se é o que hoje se comemora, é justo seja comemorado! Republicanos pela República contra a nova casta senhorial, às armas!

A União dos Interesses Económicos

Assim como não tivemos uma só Monarquia não há uma só República. Temos sim um regime que atravessou a parte final da Monarquia e se consagrou, o da partidocracia que em rotativismo devorista vai depredando os bensda Nação distribuindo o grosso pela cacicagem e as sobras pelas clientelas. O Salazarismo com a ideia da União Nacional que não era partido tentou a ficção de um Estado fora dos interesses, devotado abstractamente à Nação. Só que a União dos Interesses Económicos tem mais força e mais tentáculos. A liberdade cedeu ante os monopólios, a democracia ante as cliques partidárias, a fraternidade ante o egoísmo consumista. Temos um Estado que sai caro à Nação! A frase não é minha.

Saúde e fraternidade

Hoje, dia da República, e com ela da liberdade cidadã, preso a trabalhar porque tenho uma profissão liberal, fui - ó deformação profissional esta - buscar a um velho fólio que o Barbosa de Magalhães e o Pedro de Castro compilaram, os primeiros diplomas legais do novo regime.
A 5 ei-la a proclamação, pelas onze horas da manhã - hora precisamente a que acordei hoje, iracundo, não diria de barrete frígio que não uso nem na cama que, aliás, pouco tenho frequentado para dormir - gritada, como se sabe dos Paços do Concelho.
Mas logo a 7 um decreto a rezar - rezar não calha bem pois viria logo a 8 o diploma contra a apodada «reacção clerical» - a prorrogação «por 10 dias ou 3 audiências os prazos judiciais de qualquer natureza, os quais estando a correr nos dias 4 a 7 do corrente, deviam ou devam findar desde 4 a 13 do mesmo corrente mês».
Retroactivo, processual, judiciário, o Governo Provisório lá teve que cuidar dos prazos nos tribunais para que os republicanos revolucionários e os talassas reaccionários não ficassem à mercê da indiferença forense.
Comemorando a República com os prazos correntes, permita-se-me o grito que a 8 teve força de lei quando a 8 um decreto estipulava que a correspondência oficial terminaria «com as palavras "Saúde e Fraternidade". Viva!