Joaquim Vieira escreveu uma biografia de Mário Soares, que acaba de sair.
No livro, de mais de oitocentas páginas, fala-se de Macau, sim, mas apenas no caso do "fax", que fora trazido a lume pelo jornal "O Independente", através da jornalista, entretanto falecida, Helena Sanches Osório, dando a Soares oportunidade de se demarcar do que para ele seriam apenas as actuações de «quatro gajos do PS»...
Quanto ao caso TDM e àquilo que o próprio Joaquim Vieira investigara, enquanto jornalista do "Expresso", e denunciara nas páginas daquele semanário, no que se refere às ligações do próprio Soares e de gente consigo relacionada na rede Emaudio/Emaudio International/Robert Maxwell, nem uma palavra. Nem quanto a isso nem quanto ao "dossier" Alberto Costa. Fala-se de uma detenção de dois administradores por "irregularidades" de gestão e fica-se por aí.
O biógrafo Joaquim Vieira terá as suas razões para silenciar aquilo que o jornalista Joaquim Vieira investigou.
No prefácio do livro, chamado "Mário Soares e Eu", percebe-se, porém.
Quis o destino que Vieira, mandatado pela editora para escrever a obra, se encontrasse, casualmente, com Soares, este para um tardio passeio matinal. Felicitando-o pelos artigos que Vieira, entretanto, escrevera sobre as "escutas a Belém", (o "caso Fernando Lima"), Soares acrescentou que o fazia, independentemente do que fora o relacionamento deles no passado, porque isso estava «sanado». Ante isso, consigna Vieira no livro: «Que outro político teria tal atitude?».
Precisamente. Eis! Est rebus in modus.
Conheci o Joaquim Vieira que foi jornalista do Expresso. Não sei quem é o autor deste livro. Pura e simplesmente não sei.
P.S. Percebi que era preciso explicar que a expressão latina, assim construída, é uma ironia e não uma errada citação do brocardo est modus in rebus. Ele há coisas que realmente!
P.S. Percebi que era preciso explicar que a expressão latina, assim construída, é uma ironia e não uma errada citação do brocardo est modus in rebus. Ele há coisas que realmente!