28.1.06

Um cheiro a pó e a sociedade

Hoje andei de volta de livros velhos. Trago ainda o entranhado do pó dentro da cabeça. Mas há aqueles momentos em que, no meio daquilo que a rataria adoraria devorar, nos encontramos connosco próprios. Aconteceu hoje, sábado, ao fim da tarde. Era uma edição, agora patrocinada pelo João Gaspar Simões, do «Nome de Guerra», o livro que o José de Almada Negreiros escreveu em 1925. Estava ali, como epígrafe do segundo capítulo, o ideário político que se me torna lógico e aceitável nesta fase meio anarquista da minha vida: «a sociedade só tem que ver com todos, não tem nada que cheirar com cada um». É assim que penso e que gostava de viver, em sociedade.