22.2.06

«Coração acordeão»

Há hoje uns maníacos das estatísticas que contribuem para a boa disposição do pessoal. Um tipo anda zangado com o mundo, ou por lhe apetecer dormir e brincar e não ter tempo, ou porque lhe apetecia ver a trabalhar os que levam a vida a brincar e a xonar. Mas chega-se a casa vê-se a imprensa e é logo um oásis de alegria. Calculem que chegaram agora à conclusão que as doenças cardíacas em Portugal custam «163,5 euros per capita». Quer dizer, por cada enfarte, por cada aneurisma, por cada trombose, em suma, por cada AVC, é mais um a meter a mão no bolso da malta! Ora o próximo mendigo que, plantado à esquina do engate caritativo, me vier, com a mão estendida e a voz tremente, com a cantiga do «apelo ao seu bom coração!» já sabe! Chamo a polícia! É que, com tanto cardíaco por aí à solta, ao menos o meu coração que resista! Se não vai tudo ao charco e lá vai mais um ser fonte de despesa para o resto dos contribuintes!