15.4.06

Anarca

A cultura libertária não morreu. Vive, por exemplo, este sábado. O anarquismo mora aqui. Dizem o que querem e sabe-se de onde vêem. Trabalho mesmo ao lado onde Emídio Santana pôs, em 1938, uma bomba para matar Oliveira Salazar. Teria sido fabricada nas furnas miseráveis de Alcântara. Devido a um erro na colocação do engenho, a ideia frustrou-se. O destino ocupar-se-ia então do caso e faria a vida seguir a ordem natural das coisas: Santana faleceria em 16 de Outubro de 1988, Salazar tinha morrido em 27 de Julho de 1970. Eram dois mundos entre si incompatíveis: Santana, com o revolucionário «viver perigosamente», com Salazar, o conservador «viver habitualmente».