23.12.06

É amanhã

Foi ao ler o jornal que me apercebi que, afinal, a consoada é só amanhã. A minha velhota corria o risco de eu lhe aparecer em casa hoje, para a levar a jantar fora, por ser Natal. É isto que dá a dimensão desolada da velhice, o ficar-se à mercê das datas obrigatórias e do ter de ser festivo, da lembrança ocasional de todos os outros. Assim, adiou-se por um dia o sentirem-se os afectos em torno de uma refeição, que é o que acontece quando secaram já com o tempo todas as outras formas de nos expressarmos.