23.6.07

A hora universal

«Que horas são?: as que Vossa Magestade quiser!». Eis numa frase irónica, anedota de outros tempos, o agachamento serviçal e sabujo ante o mando, o de cócoras comportamental e louvaminhas que tão frequentemente por aí vemos, a vontade de agradar e cair no goto, o estar com quem está e ser como quem é.
Eu sei que é apenas uma historieta, e que há toda uma legião de revoltosos a mostrar o oposto, quais relógios propositadamente adiantados. Há, porém, só uma particularidade a ensombrar tais criaturas sempre à frente do seu tempo. É que perante esses cronómetros de ideias avançadas, ao olhar-se para eles, para se saber que horas são, há sempre que lhes dar um desconto, às vezes um grande desconto mesmo.