25.10.07

Pinto Monteiro e a verdade

Aquilo em que muitos viram uma ligeireza do PGR numa matéria que o PR considerou «delicada», foi recuperado como se tivesse sido um acto intencional praticado de caso pensado para gerar um «alerta» sobre a questão das escutas telefónicas. Daí a AR convoca o PGR para lhe pedir explicações sobre o assunto.
O momento é exemplar.
Pinto Monteiro é juiz conselheiro, desempenha funções num dos lugares de vértice da Justiça portuguesa.
Exige-se-lhe probidade, honestidade, e não duvidamos que tenha tais qualidades em altíssimo grau.
Por isso, quando se sentar ante os políticos deputados, para se explicar, deve marcar a diferença começando por clarificar: ou aquela do ruídos no telemóvel lhe «saíu», ao baixar as guardas da atenção ante a amabilidade dos entrevistadores, ou é, como prontamente disseram alguns dos exegetas do seu pensamento, algo que disse pensando no que dizia e nas consequências desejadas do dizer.
Não há outra via: a verdade está diante dele, como um espelho ante a sua imagem! Se fosse mais um dos muitos políticos, Pinto Monteiro teria várias formas de dar a volta ao dito, ao sentar-se entre os deputados. Esperamos que não o seja e diga o que foi tal como é!
Entrar em sofismas argumentativos e justificativos iria torná-lo igual ao que não desejará ser.