Vinha hoje a remoer na sentimentalidade doentia e depressiva do povo português ante os 6-2 que levámos ontem em face do Brasil, em futebol. Os políticos que vivem a oferecer alegrias e amanhãs devem estar preocupados. O futebol é um meio de catarse dos sentimentos cívicos quando em baixa, um entretém das frustrações privadas, uma sublimação da raiva social a que a política não dá saída.
Os pregos no caixão da portugalidade pontapeante terem sido martelados pelos brasileiros tem, porém, um acréscimo de opróbio, o de ser um filho a bater no pai.
Eu sei que a selecção portuguesa tem tantos portugueses quanto, um destes dias, a Nação portuguesa é, afinal, um aglomerado de estrangeiros a trabalhar entre nacionais desocupados. Mas mesmo assim dói!