Hoje a Feira do Livro abre popularmente após o almoço e oficialmente à noite. Sendo 1º de Maio há um travo simbólico nesta dicotomia entre o oficial nocturno e o popular diurno. Gostaria de ir lá, ver os livros, reencontrar os que, ano após ano, continuam sem quem os queira, os que foram perdendo a graça, os que caíram em graça e a quem tudo se perdoa. Depois há escritores sentados a escreverem autógrafos, os passeantes que aproveitam o ensejo do desconto do livro do dia. Hoje, vivendo entre livros, poderia levantar os taipais da minha feira, expondo domesticamente a minha livraria. Entre o folhear displicente talvez encontrasse motivo para uma tarde. O dia escoa-se. Soube que havia Feira do Livro. Tínhamos chegado a Maio.