O jovem pirralho, infernal, atroava os ares com a guincharia por causa de um «eu quéu!» ridículo, insatisfeito. Cumulava com atirar-se para o chão enquanto, podenga, a progenitora, tentava, mansamente convencer o "Tolinho Manuel" que "o menino sabe que isso não são maneiras". Alheado da questão e afinal da família de que o rebento era a contemporânea expressão, o excelso pai acabou por entrar na liça, porque aquilo que já exasperava os circunstantes, agora já o afectava a ele. Usou a força física para tentar içar, qual grua, o contrapeso da insuportável criaturinha, para que ao menos não rastejasse, esperneante, pelo chão, por onde se espojava, rabicundo, qual lagartixa, restituindo-a à horizontal dos bípedes.
Foi aí que a marginalidade do nanjero entrou em acção, dando pontapés na canela do paizinho e alçando a mão como quem vai numa henriquina de bater na própria mãe.
Em redor um silêncio embaraçado, aqui e além um contido mau instinto a fazer-se de esgar. «O que é que se há-de fazer?» perguntava para o vazio circundante das que conjugam o verbo haver em termos de dar em "hades», que é deus grego para os mundos subterrâneos. «Um chapãdão"» ia eu para alvitrar quando me lembrei que somos nós, os que, arrogantes para com a educação que nos deram, gerámos isto mesmo, os pequenos ditadores.