Um regime que não garante nem emprego nem futuro à esmagadora maioria dos seus jovens, arrastando-os para a infantil dependência dos pais e para o perpétuo desemprego, um regime em que os jovens machos se imbecilizam com jogos virtuais violentíssimos e os adultos se idiotizam com o futebol na tv em doses cavalares e em que a coscuvilhice feita jornalismo rosa alimenta a ociosidade e a falta de sonho da feminilidade solitária.
Um regime que endividou o Estado até ao osso depois de o ter deixado pilhar por meia dúzia de novos ricos e agora faz todos pagarmos a conta do festim.
Um regime que tem as famílias falidas, porque enforcadas em hipotecas imobiliárias, e estraçalhadas por causa do crédito ao consumo e desejosos de mais gasto e mais compras.
Um regime de publicanos e filisteus, todos na ânsia do ganho, da renda e do lucro.
Um regime em que dois partidos que não se diferenciam nem distinguem pelas ideias e são iguais na ganância e na sede de poder rendoso, são, afinal, o partido único, a União Nacional dos tempos de hoje.
Um regime em que uma faixa significativa dos seus nacionais nos venderia à Espanha em troca de um prato de lentilhas.
Um regime que saqueia a Nação com impostos e em que os contribuintes aldrabam o Estado nos impostos, achando-o ladrão.
Um regime em que já não se sabe quantos anónimos bichos-careta foram Secretários de Estado ou até ministros e menos ainda quem eram ou de onde vinham, mas em que se percebe depois ao que vinham.
Um regime que capou os militares, achincalha os tribunais e domesticou a Igreja.
Um regime com estes e tantos outros males está minado pela pior lepra que é ele ser a gafa que tudo contamina.
Um regime destes e não este ou aquele Governo ou este ou aquele partido ou aqueloutra coligação tem de se deposto. A bem ou a mal.
A tarefa patriótica para os poucos a quem restem forças e esperança não é o que fazer nas próximas eleições.
Um regime destes clama, exige e merece uma Revolução. Chegou ao ponto em que ele é a semente da sua destruição. Não uma revolta cívica ou o lento corroer das manifestações de rua. Uma Revolução.
Não foi para isto que se fez o 25 de Abril. Foi por isto assim que surgiu o 28 de Maio.`
Portugueses, de pé.