1.5.14

1º de Maio


Claro que o capitalismo gerou o aburguesamente do operariado, tornando-o primeiro classe média, antes de os rebaixar porque, sujeito às suas crises endémicas, pauperizou-os, tornando essa classe intermédia, o "exército de reserva", a massa dos desempregados, sujeitos a toda a ignomínia, por força do rebaixamento salarial.
Tudo com uma diferença: é que esse novo proletariado perdeu a consciência de classe. Agem como vivem, minados pelo materialismo primário dos bens de consumo, endividados, quando podem, para alcançá-los. Estão contaminados pela ânsia do ter e diminuídos por lhes faltarem os bens que são a essência das suas existências.
Quem hoje luta pelas oito horas de trabalho, oito de descanso, oito de cultura? Quem tenta hoje, entre essa imensa maioria que não tem outra força salvo a do seu trabalho, que aluga a quem lho paga, por ser o Homem Integral?
Narcotizados pelo espectáculo mediático, acorrentados ao crédito, pobres e falidos, o 1º de Maio é para tantos, o dia de coisa nenhuma.