31.1.06

Comida para cão

Diz a imprensa que uma empresa da Neozelândia deu comida para cão às crianças esfaimadas do Quénia. Quando eu era miúdo era parecido, chamavam-lhe «sopa de urso». Era o que estes tipos dos antípodas precisavam: uma boa sopa de urso! Daquela de criar bicho!

30.1.06

Golpe de mão

Silvio Berlusconi, num acto inusitado, prometeu abstinência sexual até às próximas eleições. Os fornicados eleitores agradecem. Neste homem tudo é invulgar. Primeiro foi uma prótese, agora é uma função, aquela para aumentar pêlo, esta de arrepiar cabelo.

29.1.06

Gelados de tanta novidade!

Não é propriamente o ter nevado em Lisboa que impresiona, é sim o ter sucedido uma coisa que já não acontecia há cinquenta e dois anos! Num país em que parece estarmos sempre na mesma, eis a diferença, vinda dos céus, num toca toca levemente, que gente não é certamente! Só espero é que amanhã os analistas políticos não venham dizer que este retorno a 1954 é um sinal político do cavaquismo e por causa dele. Já se viram ilações mais arrepiantes!

28.1.06

O obrar comunitário

O primeiro-ministro anunciou com ênfase que vamos ter um conselheiro técnico na REPER para travar a «fúria regulamentadora» da União Europeia. Ora eu que, talvez por ter nascido em África, sou um europeu à força, não desdenho de dar um contributo cívico para tal iniciativa meritória, sugerindo um nome para o cargo: assim como havia o senhor PESC, este pode ser «o senhor Imodium».

Um cheiro a pó e a sociedade

Hoje andei de volta de livros velhos. Trago ainda o entranhado do pó dentro da cabeça. Mas há aqueles momentos em que, no meio daquilo que a rataria adoraria devorar, nos encontramos connosco próprios. Aconteceu hoje, sábado, ao fim da tarde. Era uma edição, agora patrocinada pelo João Gaspar Simões, do «Nome de Guerra», o livro que o José de Almada Negreiros escreveu em 1925. Estava ali, como epígrafe do segundo capítulo, o ideário político que se me torna lógico e aceitável nesta fase meio anarquista da minha vida: «a sociedade só tem que ver com todos, não tem nada que cheirar com cada um». É assim que penso e que gostava de viver, em sociedade.

Quando o triste casamento dá em gay

Fenómeno do nosso tempo, a instituição casamento, que tantos heterosexuais desprezam e outros dispensam, está a ser recuperada, como uma exigência, pelos homosexuais. Aquilo que era, reportado àqueles, como um sinal de conservadorismo mental, é agora, ao falar-se destes, uma causa revolucionária. Não está em causa o viverem ou dormirem uns com os outros, que o Direito não proíbe, o que é curioso é quererem que o Direito venha a ditar as suas sentenças sobre isso mesmo. É estranho, mas talvez se compreenda. Como eu ouvia dizer em miúdo, quando não queria comer a sopa, aquilo que uns não querem, estão muitos desejando.

27.1.06

A caixa de bonecos

Há no paleio político nacional, os fala-baratos, os que têem todos os dias imensas opiniões sobre todas as coisas, por mais técnicas que sejam; há os fala-só, aqueles que ninguém ouve, falem ou não muito, seja sobre o que for. Muitos desses, dos dois grupos, têm lugar cativo e remunerado na imprensa. Mas o que há, do ponto de vista do falatório nacional, como seu fenómeno mais expressivo, é o ventriloquismo: são os portugueses comuns que falam gratuitamente através dos outros. Na aparência estão mudos, não por nada terem para dizer, mas só porque o auditório gosta mais dos bonecos que falam como se fossem eles. Nesse aspecto os da contra-informação são apenas os menos ridículos.

O calote como uma das belas artes

Li no «Açoriano Oriental» que o Presidente do Governo Regional dali se saíu com esta: «o endividamento da região constitui um "instrumento ao serviço do desenvolvimento" das ilhas». Ora aí está como é bom ser-se autonomista à conta do dinheiro dos outros!

26.1.06

Ai filha!

«Falta à verdade quem disser que esta proposta é filha da conjuntura», disse o minstro da Justiça a propósito da Lei chamada da Política Criminal. Filha da conjuntura! Haja maneiras! Por acaso já lhe tinha ouvido chamar outros nomes, mas esse ainda não!

A comunhão sexual

Diz o Papa, se o citam bem, que «só na comunhão com o outro sexo» o homem poderá tornar-se «completo». Há nisto uma notável contradição. Religião de sacerdotes celibatários, a católica é, assim, pastoreada por homens defectivos, que falam, amputados, do que não sabem, pois que, incompletos, falta-lhes o que há para viver. Ratzinger vem da Congregação para a Polícia da Fé. Talvez por isso se permita estas liberdades de estilo, que a outros custariam a fogueira da heresia.

25.1.06

Prostituição: les jeux sont faits

Houve um blog que, argumentamente, reconheceu que «a questão da legalização da prostituição está "em cima da mesa"». Pois está. Houve um ex-presidente de Câmara, socialista, que já a quis em Cascais. Há rapazes que se dizem da JS também vão nessa. Com os milhões que move esse mercado de carne, ainda acaba tudo em cima da mesa sim, mas da de jogo, o da política e dos negócios.

Um corredor de fundo

Vi que há um Muhamad Yunus, banqueiro bengali, que diz que o direito ao crédito devia estar inscrito na Carta dos Direitos Fundamentais. Eu também acho. Um tipo ter como direito individual, a liberdade de endrominar, a garantia de que não lhe sucede nada com isso e o crédito de que todos o acham verdadeiro, é meio caminho para a felicidade terrena, sobretudo quando nos perguntam, sem resposta fácil, o «por onde é que andaste, para chegares a estas horas». Bem trabalhado o conceito, talvez a dogmática religiosa lhe desse uns adjuvantes teológicos e eu conseguisse ainda um lugar no paraíso, depois desta terra que está um inferno. No fundo, crédito por crédito, ainda creio na Virgem Maria, apesar de me fartar de correr.

23.1.06

O deserdado

«Foge de casa e deixa a herança». Era mais ou menos isto que estava escrito hoje numa parede da Avenida de Berna. Ante o resultado das eleições de domingo, fiquei com a ideia de que foi José Sócrates quem andou a pinchar aquele dito, lembrando-se, amargo, do PS a que pertence e da herança que ali lhe deixaram Mário Soares e Manuel Alegre.

22.1.06

O dia das indulgências

Hoje é dia de São Voto. Pelo país, as Igrejas de tal devoção enchem-se de fiéis. Claro que são de múltiplas confissões, mas todos de uma mesma religião, pois acreditam num mesmo dogma. No dia seguinte, quais ímpios descarados, renegam logo o Deus que levaram ao altar. A religiosidade dos portugueses é assim este paganismo cívico: arrumado o andor, despachados os anjinhos, acaba tudo na taberna, entre copos de três e bisca lambida. Nisso, nem os sacristães se fazem rogados: salta meia de tinto para a mesa do fundo!

21.1.06

Oculto

Nos últimos dias não tenho escrito, não é porque não me apeteça! É só porque não tenho estado cá, nada mais.

20.1.06

À boca da urna

Perguntei-me se eu deveria dizer aqui em quem vou votar no proximo domingo. Acho que não devo dizê-lo. Fazê-lo, seria como se a minha opinião pudesse ter importância suficiente para convencer outros. Já houve tempos em que pensei que assim era. Hoje tenho a certeza que não é. Votem bem, votem em consciência.Eu vou tentar.

17.1.06

E não se poderá carregar no off?

Em «off» diz-se que um senhor vai dizer em «on» uma coisa que não era, afinal, aquela que ele iria dizer, em «on», quando tinham dito em «off» que ele ia falar em «on». Este é o estado actual da minha actual informação sobre o assunto. E não me obriguem a repetir, pois não sou capaz.

16.1.06

A longa bicha para Belém

Rogério Alves diz que admite concorrer a Belém daqui a dez anos. Eu já suspeitava que por detrás daquele afã pedagógico estava uma ambição. Não a sonhava era tão desmedida. O meu próximo Bastonário haverá de ser aquele que escreva num papel um «declaro por minha honra estar aqui só por causa dos advogados e não por causa da minha pessoa». É que fartos dos que fazem dos lugares públicos um trampolim estamos nós e muito. Que a Ordem seja uma prancha de saltos, está à vista, e nós vítimas dessas pranchadas!

Souto Moura: esperançado e contristado

Quando escrevi aqui sobre o PGR ir à AR, houve uma alma cândida que me disse que eu não tinha razão porque os senhores deputados o que queriam era só falar com ele sobre a Justiça em geral e não sobre um determinado processo em particular. Agora que Souto Moura pediu um adiamento até sexta-feira e o PS veio mostrar desagrado, até ele entende o que o espera: sabendo que vai ser chamado à pedra, quer levar o TPC feito, neste caso o inquérito sobre as listas de telefonemas. No meio disto tudo, talvez ele ainda acredite, esperançado, que o mantenham no lugar e nele queira ficar, contristado, a qualquer preço. Souto disse uma vez que «foi nomeado pelo PS». Um procurador que pensa assim, só pode viver infeliz.

15.1.06

Um homem só

Demitirem agora ou não o PGR, é coisa que só interessa aos políticos e à política, porque demitido está ele, de funções, de convicção, de credibilidade. Reina sim, sozinho e num palácio vazio, à espera de que acabe, enfim, o pesadelo do seu mandato. Os seus assassinos não tiveram que sujar as mãos, ele suicidou-se.

O patético calvário

Há no condenado a caminho do patíbulo a ideia ingénua de que a sua morte vai ser um exemplo. Os carrascos gostam disto. Antes imolar um cordeiro pascal do que um bode expiatório. Para onde não chegar o motivo, basta o pretexto. Na corte dos grandes, reina já a febre da sucessão, nas hordas dos pequenos, o medo do sucessor.

14.1.06

Operação Excel

A operação pela qual se conseguirá, enfim, o descrédito definitivo do Ministério Público e o fundamento para a substituição do Procurador Geral foi conduzida com mestria. A meio da manhã era um monumental e gravíssimo escândalo de escutas telefónicas a altas figuras do Estado, ao começo da noite era já só um raquítico lapso de um funcionário da PT. A noite permitiu, porém, corrigr a manobra: pela hora do jantar já se sabia onde tudo iria parar: se a culpa parecia ser, afinal, a dos procuradores que não sabiam ver coisas escondidas em CD's, o objectivo, que não podia perder-se era o PGR, sem perdão, ter de ir à mesma para a rua, e já! Estão de parabéns todos os que contribuiram para o efeito! O resultado está alcançado! Julgo saber que os magistrados vão deixar de ter um magistrado como PGR. Um novo mundo se aproxima. O Dr. Souto Moura é um homem bom e sério. Mas como tudo isso se tornou ridiculamente irrelevante no país em que vivemos e para o cargo em que ainda está!.

13.1.06

Carteiristas e cavaquistas

Valha-nos São Gonçalo de Amarante! Então não é que a GNR das terras de Pascoaes e Amadeo deu conta de que a comitiva de Aníbal Cavaco Silva era seguida, não por infiltrados das candidaturas rivais, mas sim por carteiristas! Seguidores do «mão leve», esses amigos do alheio aproveitavam o ajuntamento para, no meio da confusão, abafarem umas carteiritas, aliviando quem as tinha da sua posse. Só numa faceta política a coisa tem interesse. É que esses rapinantes se há coisa que têm é faro. E, se não se provar que andam, qual matilha predadora, atrás de outras candidaturas, então é porque Cavaco tem sobre todos os outros candidatos uma grande e ímpar vantagem, a de ser apoiado por gente com massa! E dinheiro gera dinheiro, dirão os seus apoiantes e os seus críticos, vendo nisso um augúrio significativo e assaz interessante.

11.1.06

O País, a Nação, a Pátria, o Estado e o Governo

Fiquei impressionado e já digo com o quê. O «Diário Digital» de hoje, lido há momentos noticia que «a dívida directa do Estado no final de 2005 atingiu o valor de 101,7 mil milhões de euros, mais 12,1% que um ano antes». Curiosamente no ambiente de descalabro disfarçado em que andamos, não foi a notícia que me impressionou, apesar de ela prenunciar o pior das expectativas para os que ainda se preocupam. Não! O que me causou viva reacção foi a notícia vir ilustrada, se calhar à falta de melhor «boneco» com a bandeira nacional. E saibam porquê: porque de repente me passou pela cabeça que essa dívida do Estado, causada pelos seus Governos, não é uma dívida de Portugal. Mais, que ante a gestão que o Governo faz do País, é tempo de a Nação se recusar, em nome da Pátria, a assumir essa dívida do Estado como uma dívida sua. O que me passou pela cabeça, ante tudo isto que nos envergonha, é, enfim, que o Estado são eles, este Estado não somos nós!

10.1.06

Portugal na banca-rota

«O ministro das Finanças afirmou ontem que daqui a 10 anos o Estado não terá dinheiro para pagar reformas». Um político que diz isto, espalhando o pânico entre os trabalhadores votantes, é um inábil. Um Ministro que diz isto, lançando a desconfiança sobre o Governo a que pertence, devia ser demitido. Um Ministro das Finanças que assim se revela tão superficial, é um irresponsável. E, no entanto, tudo sucede porque o autor da proeza resolveu alinhar na facilidade de ir à TV alinhar naqueles debates em que nada se esclarece. Entre bocas e apartes saíu-lhe esta. Agora venha explicar que a verdade é mais complexa e que não é bem assim. Está feito o mal!

9.1.06

Um ligeiro tremor

O sismo anda por aí. Lisboa é uma zona de grave perigo. Se bater forte, acabou muita coisa, mesmo muito do que consideramos vital. É esta a força da Natureza, o tornar pequeno o que parece grande, inútil o que ontem parecia essencial. Por enquanto foi só 5,1 na escala de Richter, com epicentro a 450 quilómetros a oeste do cabo de São Vicente. Uma noite destas, com a maioria a dormir, pode suceder uma desgraça: Portugal talvez tenha salvação, reconstruindo-se do zero. Até lá, que descansem em paz, amén!

8.1.06

A taberna pública

«A poesia é o poder», proclamou hoje Manuel Alegre num sua sessão de propaganda. Claro que é o poder de fascinar, e Alegre seduz cantando ditirâmbicamente a pátria triste que é a nossa, a dos sonetos do obscuro quê. Claro que é o poder de mobilizar e Alegre clama, como se em verso heróico, o canto e as armas, o da resistência e da insubmissão. Mas Alegre, Manuel Alegre, Manuel de Melo Duarte Alegre, é agora pouco poeta e muito candidato, ele é o cidadão da política para a política, que nos fala por causa da política. E nada há de mais prosaico do que a política. Deixemos pois a poesia, a decência da poesia, não a tragam, de roldão descomposta, para a taberna pública dos jogos de poder.

7.1.06

«Au suivant»

O novo «Expresso» mete foto de Soares com ar de desespero na primeira página e amparado, qual velhinho cambaleante, na página nove, a sair de um comboio. É isto a informação de referência! Soares queixa-se. Agora chegou a vez dele. Na família Soares devem dizer-se boas sobre Henrique Monteiro, o que ontem era para eles, carinhosamente, o Henriquinho. Só que os tempos mudaram. Delicadeza é coisa que não há. Soares já não se usa, joga-se fora.

MRPFreitas

Garcia Pereira diz que avançou para candidato porque Freitas do Amaral não concorreu. Uma pessoa lê uma coisa destas e deveria ficar meio atordoada de espanto. Já houve tempos em que o «Luta Popular» clamava por um «justo correctivo da ira popular»! Ou dizendo, de maneira mais clara, uma grande enxerto de porrada! Nas urnas, naturalmente.

5.1.06

Mostra, mostra, mostra!

Mário Soares diz que revela quem são os financiadores da sua campanha se Cavaco Silva o revelar primeiro. Tudo isto tem um ar de despique juvenil do eu mostro o meu se tu me mostrares primeiro o teu. Com uma agravante é que em matéria de financiamentos de campanhas é melhor estarem todos calados: não se fala de corda em casa de enforcado.

4.1.06

Os discriminados

Ri-me para dentro ao ver o que se anda a dizer a propósito da discriminação pela comunicação social de alguns dos candidatos à Presidência . Entre as várias aventuras que vivi, uma foi a de concorrer, há uns anos, como candidato independente nas listas do PSD à Câmara Municipal de Sintra. Devo ao Marcelo Rebelo de Sousa essa invulgar ideia e ao José Pacheco Pereira o ter-me convencido que eu tinha que aquilatar assim o meu valor em termos democráticos. Nessas eleições a então presidente, Dra. Edite Estrela, averbou uma maioria absoluta, evidência do seu grande valor e eu uma derrota consequente e demonstrativa da minha nula valia, em termos democráticos, claro está. O a-propósito vem agora: a SIC, a tal que está agora em causa, que nunca se dignou dar-me tempo de antena, mas que sempre arranjou modo e maneira de divulgar a presidente-candidata, na noite das eleições, logo após o anúncio dos resultados encontrou forma de instalar, na Rádio Marconi em Sintra, uma câmara de televisão para eu ir lá dizer ao país o meu discurso de derrota. Fui! Sozinho, claro, pois ninguém de entre os que eu julgava companheiros e amigos quis ir comigo. Disse então, nuns beves segundos, que naquela noite, se eu tivesse ganho, tinha ganho o PSD, como perdi, perdi eu. E disse mais que quem perde não julga e eu tinha perdido. Desculpem esta memória pessoal, foi só por ter visto o Dr. Soares a falar em discriminação pela comunicação social. Lembrei-me! Aliás com essa campanha eleitoral aprendi muito! Um dia a gente conversa, quando não houver mais que fazer. Um Bom Ano para todos!

3.1.06

O São Martinho judiciário

Segundo o Ministério da Justiça, a operação de equipamento dos tribunais com novos computadores «só foi possível devido a um esforço de contenção orçamental, em especial ao nível das despesas dos gabinetes dos membros do Governo». Ora aí está! Tal como São Martinho, o Ministro divide a capa, a meio, com os pobres dos tribunais.Oxalá se não rasgue, em farrapos.

2.1.06

É caso para dizer: fogo!

Esta coisa de o gás sem o qual há quem não coma comida cozinhada, vir em 40% ali da Argélia e o resto ali mais abaixo da Nigéria e esta coisa da Argélia e a Nigéria serem tudo menos lugares quietos e tranquilos às vezes dá em problema: sobretudo quando os jornais dizem que o corte do gás russo, esse, não nos afecta. Claro que pior que isso é o aumento do preço da electricidade e ele há fogões eléctricos! Por isso, no próximo fim de semana, é encher a mala do carro com pinhas, caruma e mesmo bolota.Em caso de emergência, fogo, que eles ardem!

1.1.06

O primeiro dia

Este dia um, tem para os pagadores de promessas o grave inconveniente de ser o dia de se acordar tarde. Para os que juraram virar a vida do avesso, a coisa começa logo mal. Só estão refastelados aqueles para quem o próximo ano será, enfim, um ano em que tratarão de si. Esses, entre lençóis, apercebem-se de que estamos em Janeiro, por estar frio. E deixam-se ficar, no choco da cama, à espera dos apelos da Natureza. A sua primeira obrigação será a do imperativo chichi matinal, depois segue-se o dever do exigível pequeno-almoço. Entretanto chega o meio-dia, e com ele, a necessidade do almoço e talvez uma sesta, merecida e reparadora. O dia dois, esse, é já amanhã, e com ele o dia igual de um mundo parecido.