O treinador do Futebol Clube do Porto numa só frase disse tudo: «A minha primeira tarefa é entreter as pessoas». Ora aí está uma coisa que se pode aplicar precisamente à classe governamental: também ela vive de entreter o eleitorado. O ministro das Finanças, por exemplo, disse ontem ou hoje que nem reparei: «Este não será um ano de recessão, mas de fraco crescimento da economia portuguesa». Quando eu era rapaz, o que, como se calcula, já aconteceu há muitos anos, havia um primo meu por afinidade que, retorquinado a uma avó que o sarnava, se notabilizou em casa por uma frase que lhe custou um raspanete sério: «Em todas as casas há sempre uma velha para chatear e para bater!». Eu hoje acrescento, rimando sem querer: e um Governo para entreter.