Quando amanhã chegarem às bancas os portugueses vão saber que morreu um papagaio em Inglaterra. A notícia merece honras de primeira página, porque é o sinal do medo ancestral do homem, no caso o medo medieval da peste negra. O nosso admirável mundo novo, armado até aos dentes com progresso da farmacopeia, o culto do corpo, as plásticas para manter as formas, as «spas» para cuidar do físico, está tudo por um fio. Esganados de pavor, fogem das vacas loucas, tropeçam nas galinhas engripadas. Qualquer dia vomitam uma baba verde, por causa da água que bebem e do ar que respiram!