Imagine-se que com o jornal se compra no Algarve um livro e com ele se descobre que o escritor Almeida Faria, que surpreendeu a Literatura ao ter escrito com dezanove anos o «Rumor Branco», se chama afinal Benigno de Almeida Faria. E imagine-se agora que hoje de manhã, comprando em Lisboa mais um tomo do mesmo livro, vejo a propósito do Américo Guerreiro de Sousa, que publicou «Os Cornos de Cronos», não uma fotografia do dito mas sim de «Cambridge, em cuja Universidade Américo Guerreiro de Sousa foi leitor de português». Mal refeito com o efeito, tropeço, agora a propósito do José Augusto Seabra, na mesma técnica: em vez da cara do biografado uma gigantesca imagem do «edifício da Unesco, em Paris, onde José Augusto Seabra foi Embaixador». Enfim, o livro chama-se «Literatura Portuguesa no Mundo». Visto desta forma, parece-se com um repositório de locais: vá o latinismo, «loca, loca infecta»!