9.3.06

A posse de Cavaco: os cavalos também se abatem

Não aplaudir o discurso de quem quer que seja é um direito; patear é uma faculdade, estar calado a ouvir, uma obrigação. Agora o primeiro discurso de um Presidente da República, logo no dia da sua posse, tem a importância de ser mais do que um acto, trata-se, no cerimonial da Pátria, de um símbolo. Esse é o dia em que, por um momento, o país e algum estrangeiro têem os olhos postos em nós. O PCP, o BE e os PEV's hoje não aplaudiram quando o Presidente falou e ficaram ostensivamente sentados ante tal solenidade. Não é uma atitude política, é uma grosseria. Ainda sou daquele tempo em que, quando entrava o Chefe de Estado, todos se punham de pé. Hoje tudo mudou. Ao ler isto, lembrei-me daquela história do imperador romano, a cavalo, em frente do qual todos os cavaleiros deveriam desmontar, pelo respeito que lhe era devido. Todos o fizeram, excepto um, o seu pai, arrogando-se por o ser. Nessa história, sabe-se como tudo terminou: imperturbável na autoridade, sereno na majestade, o imperador mandou que a guarda o atirasse, aquele que lhe deu o ser, do cavalo a baixo, estatelando-o no chão. Fosse isso hoje possível, tivessem as alimárias hoje cavaleiro!!