O anterior PGR queixou-se, ao findar o cargo, que subestimara o poder da comunicação social. O novo PGR surge esta semana, em pose descontraída, numa revista, e lá dentro as minudências e trivialidades sobre a sua domesticidade e vida privada. Ficamos a saber sobre as suas canecas e o jardim, e que gostava de jogar às escondidas. Através do que se lê, sabe-se que não reza nem vai à missa, caça perdizes e tem boa pontaria. Até o nome dos da família lá vem escarrapachado. Uma pessoa lê e parece-lhe estar a vêr um político em passerelle, a despir-se para se mostrar atraente. É isto que mostra que mal andamos. Em vez da gravidade do cargo, a ligeireza da exibição, em vez da discrição, a vaidade. O exposto nem se apercebe de um coisa elementar: ele é uma alta figura do Estado, não um personagem do social.
Ele há, claro, o Vice. E, ou eu me engano muito, enquanto o PGR se desdobra pelo que parece, o Vice vai tratar do que é. Quem escolheu o primeiro e quem nomeou o segundo sabia que assim era e para isso seria.