20.2.07

O clarividente

Jorge Sampaio, quando foi Presidente da República e se irritava, e irritava-se muito, dizia coisas e acrescentava: «como é evidente!». Cavaco Silva, que agora é o Supremo Magistrado da Nação e não se quer irritar, deve ter suspirado de alívio quando o ministro Alberto Costa, por causa da história do foragido indultado, veio explicar-se de que os registos do caso eram de «leitura não evidente». Claro que esta explicação é um zero verbal, mas, asneira feita, ficam todos, de Belém ao Terreiro do Paço, muito bem compostos neste «pacto» de silêncio sobre a justiça.