«(...) João Coito era um conservador, eu fui-me tornando um radical. João Coito era um católico, eu senti-me abandonado por Deus. João Coito escrevia maravilhosamente, eu ainda ando a aprender a escrever.
João Coito era meu amigo e eu, amigo João Coito, estou triste desde o dia em que o perdi: uma tristeza feita de saudades, nascida na revolta ante o inevitável.
Eis a vida. Um dia encontramo-nos neste processo em que a Vida faz brotar vida nova das vidas que se foram.
Talvez possamos fazer um jornal: será o João o meu Director, dê-me então uma coluna, voltamos ao duro combate pela decência social, contra o vira-casaquismo, pelo esmero de maneiras na vida pública, por uma república de homens-bons» (...) .
Escrevi, para que saia na próxima 3ª feira no jornal «O Diabo», de que foi regular colunista, depois de uma vida no «Diário de Notícias», este momento de tardia homenagem, um artigo de que aqui fica um excerto, «À Esquina da Memória».