Ao terminar o ano civil, o ministro da Justiça tem razões para estar contente, cercado de pessoas que parecia não conseguir tornar felizes.
À partida, muitos pensaram que o seu passado iria liquidar-lhe o futuro. Não sabiam, ingénuos, o que é a política.
No meio do percurso, muitos pensaram que o primeiro-ministro se iria desembaraçar dele, remodelando-o. Ignoravam até que ponto, a teimosia vence, e José Sócrates é, no filme complexo da governação, o chamativo trailer da propaganda, reiterativo, simplificador, vocativo.
Por pouco tempo aliás, muitos imaginaram que o então ministro da Administração Interna, António Costa, o iria colonizar: está edil, numa Câmara falida, fora da órbita governamental.
À partida, muitos pensaram que o seu passado iria liquidar-lhe o futuro. Não sabiam, ingénuos, o que é a política.
No meio do percurso, muitos pensaram que o primeiro-ministro se iria desembaraçar dele, remodelando-o. Ignoravam até que ponto, a teimosia vence, e José Sócrates é, no filme complexo da governação, o chamativo trailer da propaganda, reiterativo, simplificador, vocativo.
Por pouco tempo aliás, muitos imaginaram que o então ministro da Administração Interna, António Costa, o iria colonizar: está edil, numa Câmara falida, fora da órbita governamental.
Alberto Bernardes Costa continua, de pedra e cal.
O Governo decretou, como política oficial, o combate às corporações e seus privilégios.
O Governo decretou, como política oficial, o combate às corporações e seus privilégios.
O ano termina, com o Bastonário cessante a elogiar-lhe os códigos, as leis a sucederem-se em catadupa, nenhuma até agora revogada.
Claro que há os vociferantes críticos. Mas nenhum conseguiu, até agora, que a política se alterasse, apenas que o discurso amaciasse, o ar carrancudo substituído por um esgar condescendente. Lamentavelmente, ou estão anémicos, ou deprimidos ou comprometidos.
O toque final do sucesso da política do Governo na área da Justiça, deu-o a entrevista de Pinto Monteiro ao Correio da Manhã. Finalmente uma entrevista de Procurador-Geral, sem ruídos esquisitos no telefone.
O jornal, que agora se transformou num diário de referência e o mais lido no país, que os ditos intelectuais gostam de ler mas não de mostrar, eleva-o a a homem do ano.
A partir desta entrevista histórica, uma coisa fica clara: o PGR é quem responde pelo sucesso ou insucesso do combate ao crime, pela segurança da cidadania, em suma, pela justiça dos tribunais. Sobre tudo isso, não mais se irá mais questionar o ministro que da Justiça usa o nome. O contrário é o que vai suceder. Pinto Monteiro põe-se a jeito com uma frase: «o poder político pode e deve inquirir o procurador sobre a Justiça».
Emfim, em termos de justiça, os jornais primeiro, os eleitores a seguir, que telefonem a Pinto Monteiro. Ele já disse, nessa entrevista, que «o que dá prestígio ao Ministério Público é a opinião do pedreiro, do médico, do taxista». Nem imagina quanto isso agrada aos políticos, por falar em pedreiros, quando chegar a hora da pedrada, a intifada popular sobre alguma justiça que há.