Com o presente aprisionado, trava-se actualmente em Portugal um combate pelo que resta no país, que é a memória colectiva.
Falsifica-se a História, há avençados para a reescrever, omite-se, mente-se. Todas as comemorações servem, voltámos às romagens, aos encómios, aos assassínios de carácter.
Um dia as gerações futuras far-nos-ão pagar por isto tudo.
Neste ambiente, não é de estranhar que uma tentativa de lembrar o passado, dando-lhe sítio e voz, desencadeie uma luta entre listas, grupos e tendências. É o combate corpo a corpo pela posse das consciências. É lamentável e um tristíssimo espectáculo, indigno do que foi a resistência.