O Provedor é eleito pelo Parlamento e deixou-se eleger. O Parlamento é formado por partidos. O Provedor não mais é substituído pelo Parlamento, apesar de o seu prazo de validade ter terminado, porque os partidos não se entendem. Agora o Provedor que se deixou eleger pelos partidos atira-se a um dos partidos, no caso ao PS, porque nunca mais o deixam sair. Está tudo na TSF.
O Provedor tem razão em querer ir embora, mas ao Dr. Nascimento Rodrigues não fica bem dizer o que diz. Dir-se-á que esperava dos partidos outra atitude. Talvez tivesse essa ingenuidade. Mas onde o fundamento resvala é quando o ainda Provedor sugere que seja outro partido, o PSD, agora a escolher o seu sucessor.
Ora aí está. O Provedor da cidadania passa a Provedor da partidocracia.
No meio desta tristeza, tenho uma melhor ideia: extinga-se o cargo. Em nome já não de valores, mas sim de interesses, o dos contribuintes não terem de suportar aquilo que, nisso Nascimento Rodrigues tem razão, é uma «comédia à portuguesa». É verdade que o cargo de Provedor vem na Constituição. Mas não faz mal. Há tanta coisa que vem na Constituição...
P.S. A dita TSF noticia, a fechar a sua prosa: «Recorde-se que, Nascimento Rodrigues foi nomeado pelo governo de António Guterres em 2000». Riam-se. Quando a própria imprensa já acha que o Provedor não é eleito pelo Parlamento mas sim nomeado pelo Governo está tudo dito!