Encostada à parede, a classe média é o terreno fértil onde pode florescer a semente do revanchismo autoritário. Foi assim que surgiu nos anos vinte o totalitarismo ateu alemão, o fascismo concordatário italiano e a rural ditadura católica salazarista.
Há nela, a pequena burguesia, o desprezo pela plutocracia argentária e o arrogância face ao operariado bolchevista.
Não é de excluir que a revolta surja daí, partindo-se o País pelo seu elo mais fraco.
Além disso, obediente à troika o Governo eximiu-se de carregar no capital, por pensar que a crise financeira se resolve com a acumulação do capital. Por muito que tenha errado, o marxismo já tinha demonstrado que era o inverso. Ontem o primeiro-ministro mostrou quem vai ser sangrado para que esse capital se encontre.
Ademais Portugal é uma Nação governada por funcionários endividados e administrada por políticos que são funcionários dos credores.
Tudo junto, basta uma faísca não importa em que Grécia, ou uma primeira rixa de rua, a revolta torna-se em insurreição.