A nossa mediocridade mede-se por uma particularidade pacóvia típica de certos portugueses: o espírito de courela. Fruto de uma ruralidade ancestral, manhoso e individualista, há uma espécie ratinha de português que defende de sachola nas unhas o seu pequeno ermo pedregoso e onde murcham afinal apenas umas enfezadas couves. A ideia do outro corresponde à da ameaça. Nisto a sacristia trouxe apenas o de que o mundo se divide entre os que veneram a santinha de pau carunchoso da nossa aldeia e os outros que são os de atrás do sol posto. É por isso que sucede no Portugal cultural aquela coisa fantástica que é um recém-chegado ser desprezado para ver se desiste. Fazer-se de novas é uma arte portuguesa em que alguns portugueses são mestres. Alguns refinam. No meu caso deu-me para não ligar. Neste mundo de labregos, xou axim.