Um estudo veio revelar que três em cada quatro universitários copiam. Se é assim, o ensino universitário está de parabéns. Conseguiu-se que a universidade gere o cidadão ideal, o tipo convencional, aquele que garante a reprodução do sistema e permite a sua continuidade. O estudante que copia será mais tarde, na vida profissional, o zeloso cumpridor da ordem alheia, na vida social o que faz como viu fazer, na vida cívica, o que nem vergonha tem, por não ter ideias próprias. No limite, mostrará, astucioso, a manha sem a qual não se sobe na sociedade. Passando a perna, pela vigarice, aos colegas que se esforçaram, ele será, pela falta de escrúpulos o exemplo paradigmático do arrivista social. É desta massa que eles se fazem. Parabém pois às universidades. São três em cada quatro? Se é assim, só falta um, estamos lá quase, é só um esforço ou então reprova-se esse quarto. Se por azar for aquele do qual os outros copiam, que se dane. Ficam os mandriões sem vergonha. É legítimo e é democrático, ainda por cima porque são em maior número.