Toma hoje posse o novo PGR. A pergunta inevitável é o que se espera do titular de tão relevante cargo. Acho que quem quiser ser prudente deve dizer: tudo é possível, nada pode ser afastado como provável.
Quando na década de oitenta o Dr. António de Almeida Santos sugeriu ao Dr. Mário Soares e este propôs ao General Eanes o nome de Narciso da Cunha Rodrigues, seguramente que nem aquele Ministro de Estado, nem o outro, primeiro-Ministro, nem o militar Presidente da República, imaginavam que aquela tímida, esfíngica e discreta criatura viria a causar tantas dores de cabeça a tanta gente e a si próprio.
No que ao PGR respeita é o cargo que faz o homem; Souto Moura, se fugiu à regra, foi porque nunca assumiu verdadeiramente o seu papel de PGR, achou-se sempre e apenas mais um colega entre colegas do Ministério Público.
Uma só coisa importa avisar: lembrar ao hoje empossado PGR que Cunha Rodrigues foi vítima de um microfone instalado no seu gabinete visando surpreender a sua privacidade. Atenção, pois!