Claro que há a pobreza e a desordem e o desnível social. Há sobretudo a ideia de que o ser humano aqui arrisca muito por tão pouco, todos os dias, porque cada dia é uma aventura. Mas há a tabuleta de letras em amarelo, um toque mais de cor berrante entre filas desordenadas de barracas, lugares de habitação, de comércio, de tantas formas pelas quais se sobrevive, sob o calor e o pó: «Cabeleireiro Deus É Pai!». Dentro fazem-se prodígios de ondulação, maravilhas em madeixas. No momento em que passei, vinha o requebro de franjinha. Ria-se ela e ria-se em redor a Natureza, com tudo o que de humano aqui nela se inclui.
Nunca o meu pouco cabelo se sentiu tão só.