Não é privativo de proprietários ou de patrões, e nisso enganam-se os marxistas, porque há operários burgueses. Não é privativo de quem tem muito, pois há explorados miseráveis de mentalidade aburguesada.
São todos aqueles para quem a pecúnia e a vida material são a razão da vida, os infectados pela ambição do mais, doentes pelo virus da inveja, os aritméticos da acumulação, os que só conhecem o quantitativo, a comparação, os números. Usurários da própria vida, alugando-a a qualquer vida para que frutique o capital do fácil viver, parasitariamente se necessário.
O juro é o preço do tempo. Por isso a burguesia tem uma regra de ouro: aguentar, a qualquer custo, mesmo sob o escárnio, o ódio, o vitupério moral. A longo prazo só a falência das suas presas lhe retira o rendimento. Na vida política é assim também. Todos os negócios são uma forma de comprar tempo, uma forma de saber durar. O vendedor é sempre o mesmo, mudam sim os intermediários.