Até aqui os portugueses pensavam que o perímetro das coisas que não prestavam terminava no Governo. Claro que o português achava que o seu país era «uma merda». Mas isso era só uma ideia geral porque em outros momentos o mesmo português achava que o seu país era «o máximo».
Agora o aludido português começa a surpreender-se em relação ao dito País que é Portugal. Lê na imprensa financeira que as agências de «rating» consideram que Portugal é perigoso e que por isso o dinheiro emprestado deve supor mais garantias o que significa sair mais caro.
Há tempos o Dr. Medina Carreira demonstrou com base em números e quadros - feitos que me lembre alguns pelo Dr. António Mendonça que é membro deste subsistente Governo - que estamos a viver fiado, em rigor a comer fiado.
Por ser assim os portugueses, que são a soma lógica de todos os portugueses, mesmo dos que não querem saber e aqueles que acham sempre que não é bem assim, começam a ter medo.
Deitam-se a pensar que um dia vem aí um sismo, acordam para pensarem que um dia vem a banca-rota.
Autómato, José Sócrates debita a sua cantata. À falta de melhor argumento insultam-se os que não elogiam.
Encalacrado, o ministro das Finanças sonha empenhar já os dedos, idos os anéis.